sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aula sobre a Crise do século XIV

http://dl.dropbox.com/u/1669217/A_Grande_Fome.pdf

Aula sobre o Renascimento do século XII

http://dl.dropbox.com/u/1669217/Renascimento%20Aula_CAP.pdf

Documentário sobre a Peste Negra ( em 6 partes)

A peste negra

A peste negra






Também chamada de peste bubônica, assim ficou conhecida a pandemia que, vinda da China em navios mercantes, entre 1347 e 1350, rapidamente se espalhou para diversos países com conseqüências desastrosas, reduzindo a população européia em aproximadamente um terço (cerca de 25 milhões de pessoas).
A peste não escolhia vítimas, morriam mulheres, crianças, nobres, clérigos e camponeses. Durante este período a produção agrícola e industrial diminui muito, houve escassez de alimentos e de bens de consumo. Os efetivos militares diminuíram, a nobreza empobreceu e ocorreu a ascensão da burguesia, que detinha a exploração do comércio. Todos estes fatores provocaram grandes mudanças sociais. Devido à ignorância das pessoas naquela época, cogitava-se a possibilidade da peste ser um castigo de Deus.
O causador da peste negra foi um bacilo chamado Pasturella Pestis (descoberto posteriormente no final do século XIX) presente em roedores tais como ratos e suas pulgas (Xenopsilla cheopis). Estes foram os responsáveis pelo contágio de seres humanos. A peste era extremamente agressiva chegando a matar em três dias.




Havia três formas da peste se manifestar:
Peste bubônica – a mais comum, que se caracterizava pela inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço, virilhas e axilas,
Pneumônica – atacava os pulmões
Septicêmica – atacava o sangue, ocasionando hemorragias em diversas partes do corpo.
A doença alastrava-se facilmente entre as pessoas através de espirros e tosse com pus e sangue. O aspecto dos doentes era horrível, os tumores secretavam sangue e pus, a urina, o suor, a saliva e o escarro apresentavam aspecto escurecido (daí o nome peste negra). Há relatos de que as pessoas acometidas pela peste fediam muito. Entre os sintomas é importante ressaltar a febre alta e dores fortíssimas.
Na Idade Média, como não havia cura, as pessoas usavam vinagre pra tentar se defender, tendo em vista que tanto os ratos quanto as pulgas evitam seu cheiro. O número de mortos era tão grande que eram abertas enormes valas comuns. Com a descoberta dos antibióticos a doença antes tida como mortal, atualmente é facilmente controlada. São usados neste caso estreptomicina, tetraciclinas, clorafenicol, gentamicina e doxiciclina.

A Crise do Século XIV


Durante a crise feudal, a Peste Negra diminuiu os contingentes populacionais da Europa.
O crescimento demográfico, observado na Europa a partir do século X, modificou o modelo auto-suficiente dos feudos. Entre os séculos XI e XIII a população européia mais que dobrou. O aumento das populações impulsionou o crescimento das lavouras e a dinamização das atividades comerciais. No entanto, essas transformações não foram suficientes para suprir a demanda alimentar daquela época. Nesse período, várias áreas florestais foram utilizadas para o aumento das regiões cultiváveis.

A discrepância entre a capacidade produtiva e a demanda de consumo retraiu as atividades comerciais e a dieta alimentar das populações se empobreceu bastante. Em condições tão adversas, o risco de epidemias se transformou em um grave fator de risco. No século XIV, a peste negra se espalhou entre as populações causando uma grande onda de mortes que ceifou, aproximadamente, um terço da Europa. No século XV, o contingente populacional europeu atingia a casa dos 35 milhões de habitantes.

A falta de mão-de-obra disponível reforçou a rigidez anteriormente observada nas relações entre senhores e servos. Temendo perder os seus servos, os senhores feudais criavam novas obrigações que reforçassem o vínculo dos camponeses com a terra. Além disso, o pagamento das obrigações sofreu uma notória mudança com a reintrodução de moedas na economia da época. Os senhores feudais preferiam receber parte das obrigações com moedas que, posteriormente viessem a ser utilizadas na aquisição de mercadorias e outros gêneros agrícolas comercializados em feiras.

Os camponeses, nessa época, responderam ao aumento de suas obrigações com uma onda de violentos protestos acontecidos ao longo do século XIV. As chamadas jacqueries foram uma série de revoltas camponesas que se desenvolveram em diferentes pontos da Europa. Entre 1323 e 1328, os camponeses da região de Flandres organizaram uma grande revolta; no ano de 1358 uma nova revolta explodia na França; e, em 1381, na Inglaterra.

Passadas as instabilidades do século XIV, o contingente populacional cresceu juntamente com a produção agrícola e as atividades comerciais. Em contrapartida, a melhoria dos índices sociais e econômicos seguiu-se de novos problemas a serem superados pelas sociedades européias. A produção agrícola dos feudos não conseguia abastecer os centros urbanos e os centros comerciais não conseguiam escoar as mercadorias confeccionadas.

Ao mesmo tempo, o comércio vivia grandes entraves com o monopólio exercido pelos árabes e pelas cidades italianas. As rotas comerciais e feiras por eles controladas inseriam um grande número de intermediários, encarecendo o valor das mercadorias vindas do Oriente. Como se não bastassem os altos preços, a falta de moedas impedia a dinamização das atividades comerciais do período. Nesse contexto, somente a busca de novos mercados de produção e consumo poderiam amenizar tamanhas dificuldades. Foi assim que, nos séculos XV e XVI, a expansão marítimo-comercial se desenvolveu.

domingo, 12 de junho de 2011

A Europa das cidades: do renascimento do século XII a meados de Quatrocentos


_ Mapa das principais cidades europeias da Idade Média; repare-se na grande concentração urbana em Itália, o centro do antigo Império Romano, e na região a norte de Paris.

_ Pintura a fresco de Ambrogio Lorenzetti, executada entre 1337 e 1340, no Palácio comunal de Siena, Itália. É um exemplo da intensa actividade de uma cidade medieval.

A fragmentação politica da unidade imperial romana, a partir da segunda metade do século V, origina uma Europa dividida em vários reinos, dominados por chefes guerreiros de origem goda. Iniciava-se assim um período de profunda ruralização da vida económica, social e mesmo religiosa, pois os mosteiros estavam sobretudo localizados em meio rural e em locais naturalmente inóspitos. As cidades perdem a sua antiga importância e muitas das suas estruturas vão-se degradando. Este cenário inverte-se a partir da segunda metade do século XI, e consolida-se uma tendência contínua de crescimento ao longo do XII e XIII: a progressiva melhoria das condições climatéricas (aumento da temperatura), as campanhas de arroteamentos e as inovações técnicas proporcionam o aumento da produtividade agrícola e a consequente melhoria das condições de vida das populações; tanto o aumento demográfico como a existência de excedentes agrícolas levam à revitalização dos centros de comércio local e regional, e naturalmente das próprias cidades, criando-se assim as condições para o desenvolvimento de indústrias variadas, embora ainda de forma artesanal. A grande crise económica e demográfica iniciada nos começos do século XIV, que a deflagração da Peste Nega em 1348 veio agravar, não alterou, contudo, o crescimento em número e importância das cidades na dinâmica da Europa ocidental. E nesta época destacam-se, de facto, duas grandes áreas no contexto europeu, pela sua dinâmica económica e urbana: as cidades da Itália, no sul, e as da Flandres, a norte.
Jean Lelong, monge cronista do século XIV, explica como da afluência de uma população móvel junto das muralhas de um antigo burgo, se densenvolveu uma nova cidade, Bruges (situada na actual Bélgica):
"(...) para satisfazer as faltas e necessidades dos da fortaleza, começaram a afluir diante da porta, junto da saída do castelo, negociantes, ou seja, mercadores de artigos custosos, em seguida taberneiros, depois hospedeiros para a alimentação e albergue dos que mantinham negócios com o senhor, muitas vezes presente, e dos que construíam casas e preparavam albergarias para as pessoas que não eram admitidas no interior da praça. O seu dito era: «vamos à ponte». Os habitantes de tal maneira se agarraram ao local que em breve aí nasceu uma cidade importante que ainda hoje conserva o seu nome vulgar de ponte, porque brugghe significa ponte em linguagem vulgar."
Fernanda Espinosa, Antologia de textos históricos medievais, Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 1972, p. 199


A Formação do Estados Europeus Modernos AULA DIA 06/06/2011

A Formação do Estados Europeus Modernos AULA DIA 06/06/2011

O Renascimento do Século XII


Introdução
O  Renascimento do século XII consistiu num conjunto de transformações  culturais, políticas, sociais, e económicas ocorridas nos povos da Europa ocidental. Nessa época ocorreram eventos de grande repercussão: a renovação da vida  urbana, após um longo período de vida rural, girando em torno dos castelos e mosteiros; o movimento das Cruzadas, a restauração do comércio, a emergência de  um novo grupo social (os burgueses) e, sobretudo, o renascimento cultural com um  forte matiz científico-filosófico, que preparou o caminho para o renascimento italiano,  eminentemente literário e artístico.

Século  XI e XII

Nos séculos XI e XII começaram a ocorrer várias mudanças sociais, políticas  e econômicas. Evoluções técnicas possibilitaram o cultivo de novas terras e  aumentaram a diversidade dos produtos agrícolas, que sustentaram uma população  que cresceu rapidamente. O crescimento populacional e o aumento da produtividade  agrícola permitiram um fortalecimento da vida urbana. As cidades cresceram e  tornaram-se centros de comércio e artesanato, abandonando a sua dependência  agrária, em torno dos castelos e dos mosteiros. Muitas cidades européias,  chamadas de burgos, acabaram por tornar-se livres das relações servis e do  domínio dos nobres (senhores feudais) se transformando em ilhas de capitalismo em  um continente feudal. O comércio estava em franca expansão e se impôs como uma  das atividades econômicas mais determinantes da sociedade. Surgiu um novo grupo  social: os burgueses (habitantes dos burgos), dedicados essencialmente ao  comércio
O renascimento comercial
O renascimento comercial na Idade Média beneficiou  principalmente as  cidades italianas, alguns dos motivos foram:
• Localização geográfica favorável (Mar Mediterrâneo); 
• Fortalecimento das ligações comerciais com o Oriente, durante a Quarta  Cruzada, onde se obteve o direito à distribuição de mercadorias orientais pelo continente europeu. 
• As regiões norte e sul da Europa foram interligadas por rotas terrestres e  fluviais criadas pelas atividades comerciais. As feiras eram os locais de compra e venda de produtos dos negociantes. Até o século XIV, as feiras  mais importantes eram na região de Champanhe, França. 
• Esse comércio possibilitou o retorno das transações financeiras, o  reaparecimento da moeda, ou seja, deu vida às atividades bancárias. Com  isso a terra deixava de ser a única fonte de riqueza e um novo grupo social  surgiu, os mercadores ou comerciantes.

Renascimento urbano
As cidades assumiam papéis diversificados durante o passar dos tempos. Na  época do feudalismo, as cidades serviam apenas como centros religiosos e militares  além de serem ligadas ao feudo. O crescimento delas só começou a surgir quando o  comércio se expandiu.
Na época do feudalismo, o Senhor feudal tinha controle tanto no campo como  na cidade. Não havia distinção de cidade e campo. No começo a maioria das  cidades eram cercadas por altas muralhas, fazendo assim um núcleo urbano,  chamado burgo. Mas com o aumento da população os burgos ultrapassaram os  limites das muralhas. Então os habitantes dos burgos passaram a ser os  comerciantes e artesãos, também chamados de burgueses. Com o progresso do comércio e do artesanato, o crescimento social da burguesia também foi notado.
O desenvolvimento de rotas entre os diversos povos reduziram as distâncias,  facilitando não só o comércio de bens físicos, como também a troca de idéias entre  os países. Nesse ambiente receptivo, começam a ser  abertas novas escolas ao  longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas menores.
 No campo intelectual, as mudanças são também fruto  do contacto com o mundo oriental e árabe através das Cruzadas e do movimento de Reconquista da  Península Ibérica. Na altura, o mundo islâmico encontrava-se bastante avançado em  termos intelectuais e científicos. Os autores árabes tinham mantido durante muito  tempo um contacto regular com as obras clássicas gregas (Aristóteles, por exemplo),  tendo feito um trabalho de tradução que se tornaria valioso para os povos ocidentais,  já que por este meio voltaram a entrar em contacto  com as suas raízes eruditas  entretanto "esquecidas".

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Link para esquema de aula sobre a África

Queridos, segue o link para vocês acessarem o esquema de aula sobre África na Idade Média, bons estudos:

http://bit.ly/mG4Ssn

AS CRUZADAS

AS CRUZADAS
A Europa do século XI prosperava. Com o fim das invasões dos povos do norte, teve início um período de estabilidade e crescimento do comércio. Consequentemente, a população também cresceu. No século XI, a expansão do mundo islâmico estabeleceu o domínio da região da Palestina. Inicialmente, o controle territorial exercido pelos árabes ainda permitiu que a cidade sagrada de Jerusalém fosse visitada por vários cristãos que peregrinavam para lá. Contudo, nos fins desse mesmo século, a dominação realizada pelos turcos impediu que a localidade continuasse a ser visitada pelos cristãos.
Nessa mesma época, a ordenação do mundo feudal sofria graves transformações. O fim das invasões nômades e a experimentação de uma época mais estável permitiram que a produção agrícola aumentasse e, seguidamente, a população europeia também
sofresse um incremento.
Em 1095, o papa Urbano II convocou expedições com o intuito de retomar a Terra Sagrada. Os cruzados (como ficaram conhecidos os expedidores) receberam este nome por carregarem uma grande cruz, principal símbolo do cristianismo, estampada nas vestimentas. Em troca da participação, ganhariam o perdão de seus pecados.

A Igreja não era a única interessada no êxito dessas expedições: a nobreza feudal tinha interesse na conquista de novas terras; cidades mercantilistas como Veneza e Gênova deslumbravam com a possibilidade de ampliar seus negócios até o Oriente e todos estavam interessados nas especiarias orientais, pelo seu alto valor, como: pimenta-do-reino, cravo, noz-moscada, canela e outros. Movidas pela fé e pela ambição, entre os séculos XI e XIII, partiram para o Oriente oito Cruzadas.

As Cruzadas não conseguiram seus principais objetivos, mas tiveram outras consequências como o enfraquecimento da aristocracia feudal, o fortalecimento do poder real, a expansão do mercado e o enriquecimento do Oriente.

Mais do que conceder salvação àqueles que pegassem em armas, as Cruzadas também representaram uma interessante alternativa às tensões sociais que se desenhavam na Europa Medieval. A escassez de terras para a nobreza poderia ser finalmente resolvida com o domínio dos territórios a leste.
Em contrapartida, o domínio de certas regiões do Oriente Médio acabou permitindo o enriquecimento de algumas cidades comerciais que sobreviveram ao processo de ruralização da era feudal.
Dessa forma, mesmo não sendo uma solução duradoura para os problemas europeus, as Cruzadas foram importantes para a criação de um fluxo comercial que permitiu a introdução de várias mercadorias orientais no cotidiano da Europa. Além disso, o contato com os saberes do mundo bizantino e árabe foi importantíssimo para o progresso intelectual necessário para o desenvolvimento das posteriores grandes navegações.

As Cruzadas

Introdução

As Cruzadas eram expedições de cristãos para libertar a Terra Santa (atual Palestina) dos turcos (muçulmanos), e eram patrocinadas pela Igreja Católica (Papa). O nome Cruzadas é porque os cristãos teciam uma cruz nas suas roupas, simbolizando o voto prestado à igreja.


Causas
Várias foram as causas das Cruzadas:

O papa Urbano II queria reerguer a unidade católica no oriente, que decaiu com a Cisma do Oriente (1054)
Muitos acreditavam que seguindo as cruzadas, alcançariam a salvação.
Naquela época não havia parque de diversão, então, para fugir do cotidiano das grandes cidades, eles partiam para as Cruzadas
Claro, interesses comerciais nas ricas terras do oriente.
Como hoje, o papa e outras “santidades”, como Pedro o Eremita, tinham grandes poderes de influenciar o povo. Eles reuniram grandes multidões, de maioria pobre e miserável, para organizar uma Cruzada, chamada de Cruzada Popular. Conseguiram chegar em Constantinopla, mas com poucos recursos, cansados. Quem não gostou disso foi o imperador bizantino Aleixo Commeno, que incentivou os cruzados à atacar os infiéis, resultado: uma tremenda carnificina, quase todos os cruzados morreram. Depois disso, a cruzada ficou conhecida como Cruzada dos Mendigos.

Outra cruzada, desta vez formada por senhores feudais, condes, duques, etc, partiu para a Terra Santa, com o apoio dos Bizantinos. Com todo o poderio econômico e militar unidos, foi fácil conquistar Jerusalém, em 1099. Essa conquista custou milhares de vidas de judeus e muçulmanos. Nas terras conquistadas foram criadas o Reino de Jerusalém, Condado de Edessa, Condado de Trípoli e Principado de Antioquia . Mas logo essas terras ficaram precárias, em razão das constantes batalhas travadas por muçulmanos e os nativos contra os cristãos. Para tentar se manter nas regiões conquistadas, os cristãos criaram duas ordens: os Templários e os Hospitalários:
Templários: formar um exército para controlar os novos domínios, para isso, deveriam construir fortalezas, fossos, muros, etc. Também se juntou à ordem uma milícia de monges cavaleiros.
Hospitalários: como o nome já diz, criaram estabelecimentos para acolher os peregrinos mais pobres, construíram hospitais. Um tempo depois, formaram um exército para defender o Santo Sepulcro.
Em vista das seguidas derrotas dos cristãos na Terra Santa, foi organizada mais uma cruzada (Segunda Cruzada): Luís VII e Conrado III (França e Alemanha) foram os líderes. Foi apenas mais uma derrota.

A retomada de Jerusalém
No ano de 1187, tropas de muçulmanos comandados por Saladino rumaram para Jerusalém, e a reconquistaram facilmente. Saladino foi gentil com os cristãos, evitou o massacre de milhares de pessoas.

Em 1189 foi organizada a Terceira Cruzada, comandada pelo rei da Inglaterra Ricardo Coração de Leão, o rei da França Filipi Augusto, e o imperador alemão Frederico Barba-Ruiva (Barba-Roxa). Esta Cruzada começou dando certo, mas logo os problemas chegaram. Frederico se afogou num rio na Síria, Filipe Augusto tomou o Acre e voltou pra França. Ricardo Coração de Leão ganhou de Saladino duas vezes, mas não conseguiu tomar Jerusalém. Então, Saladino e Ricardo fizeram um acordo, que permitia a entrada de cristãos para fazerem suas peregrinações na Terra Santa. Ricardo voltou logo pra Inglaterra, pois seu irmão estava tentando derrubá-lo e tomar o poder. Foi preso no caminho, na Áustria, e sua mãe teve de pagar o resgate. Retomou o poder, mas em 1199 foi morto quando combatia um vassalo insubmisso.

A Quarta Cruzada (1202-1204) teve seu rumo desviado pelas influências dos comerciantes venezianos, foram para Constantinopla, que foi tomada e saqueada. Algumas partes da cidade ficaram sob domínio cristão até 1261.

A Cruzada das Crianças foi outro fracasso, no ano de 1212. Os cristãos acreditavam que as crianças de alma pura poderiam reaver o Santo Sepulcro. Eram milhares delas. A maioria morreu de fome, frio, ou foram sequestradas para serem vendidas como escravas.

Outro fracasso foi a Quinta Cruzada (1217-1221), comandada por André II, rei da Hungria, e Leopoldo VI, duque da Áustria.

Entre 1228 e 1229 aconteceu a sexta cruzada, liderada por Frederico II, imperador alemão. Desta vez usaram a diplomacia para consequir o que queriam: os turcos entregaram as cidades de Jerusalém, Nazaré e Belém. Mas elas logo foram retomadas pelos muçulmanos.

A sétima cruzada (1248-1254) e a oitava cruzada foram comandadas por Luís IX, rei da França, que de tanta piedade que teve dos muçulmanos acabou virando santo, conhecido hoje por São Luís. Na sétima cruzada, Luís foi derrotado, acabou preso e seus compatriotas tiveram de pagar uma pesada fiança para livrá-lo. Na oitava cruzada, Luís atacou a cidade de Túnis, no norte da África, mas morreu lá em razão de uma forte dor de barriga.

Resultados
Entre os resultados que as cruzadas tiveram, podemos citar:
- Aumento do comércio ocidente-oriente.
- A burgueria européia ficou mais rica, às custas dos nobres e cavaleiros que foram às cruzadas.
- Com tanto movimento de pessoas, as cidades e o comércio entre elas se desenvolveram.
- Alguns dos costumes orientais foram incorporados ao ocidente.
- Produtos novos orientais foram trazidos para a europa, como Arroz, Canela, pimenta, cravo, açúcar, algodão, café e perfumes.
- A intolerância aos judeus na europa cresceu, havendo muitos massacres.

domingo, 8 de maio de 2011

População de classe média representa um terço da África

Estudo do Banco de Desenvolvimento Africano mostra que 300 milhões de pessoas pertencem a essa categoria

Crescimento econômico faz aumentar a venda de carros, motos, celulares e eletrodomésticos no continente mais pobre




DA REUTERS

O crescimento econômico robusto visto na África nos últimos dez anos levou a classe média do continente a crescer rapidamente, chegando a formar um terço de sua população de um bilhão de habitantes, revela um estudo divulgado na última sexta-feira.
O relatório, feito pelo AFDB (Banco de Desenvolvimento Africano), concluiu que hoje 313 milhões de africanos podem ser considerados de classe média, contra 151 milhões em 1990 e 196 milhões em 2000.
Os números constituem mais uma prova do crescente peso consumidor do continente que ainda é o mais pobre do planeta.
Mas o AFDB relativizou suas constatações, dizendo que 60% da classe média "mal saiu da categoria dos pobres".
"As vendas de geladeiras, televisores, telefones celulares, motores e carros aumentaram nos últimos anos em virtualmente todos os países", segundo o relatório do banco.
Como exemplo, o documento citou um aumento de 81%, desde 2006, nos carros e motocicletas em Gana, cuja economia pode crescer até 12% neste ano em função do início da produção comercial de petróleo, em dezembro.
O país, no oeste africano, é considerado um modelo de estabilidade e democracia num continente frequentemente marcado pela turbulência política.
A África do Sul, de longe a maior economia do continente, fica no topo da lista em termos de propriedade de automóveis, com 300 veículos para cada mil pessoas em 2007 -mais que o dobro do número registrado cinco anos antes.
Os africanos de classe média normalmente possuem casa própria, optam por convênios médicos particulares em lugar da assistência médica pública e gastam mais com alimentação e ensino para seus filhos, de acordo com o estudo.
Tunísia, Marrocos, Egito e Argélia, todos países do norte da África, se saíram melhor na avaliação geral: mais de 75% de suas populações são classificadas como sendo de classe média.
Entre os países subsaarianos, o Gabão e Botsuana, ambos ricos em recursos naturais (petróleo e diamantes, respectivamente), foram os primeiros colocados.
Na Nigéria e na Etiópia, os dois países mais populosos do continente -sua população conjunta é de 230 milhões de habitantes-, a classe média compõe cerca de 22% da população.

CLASSE MÉDIA
NA ÁFRICA

313 milhões
estão na classe média
Ao menos 117 milhões saíram da pobreza desde o ano 2000

60%
da classe média
"mal saiu da categoria dos pobres", segundo banco

75%
da população
Está na classe média na Tunísia, no Marrocos, no Egito e na Argélia. Países do norte do continente são os mais bem colocados na classificação

300
carros por 1.000 habitantes
África do Sul lidera ranking dos proprietários de veículos

terça-feira, 12 de abril de 2011

A coexistência das religiões na África

África Negra



O Continente africano limita-se ao Norte pelo Mar Mediterrâneo, ao Oeste pelo Oceano Atlântico e ao Leste pelo Oceano Índico. De uma maneira simplificada podemos dividi-lo em duas zonas absolutamente distintas: o centro-norte é dominado pelo imenso deserto do Saara (8.600.000 de km2), enquanto que o centro-sul, depois de percorrer-se as savanas, é ocupado pela floresta tropical africana.

Esta separação geográfica também refletiu-se numa separação racial. No Norte do continente habitam os árabes, os egípcios, os berberes e os tuaregues (sendo que esse dois últimos são os que praticam o comércio transaarino). No centro-sul, ao contrário, habitam mais de 800 etnias negras africanas. Atribui-se ao atraso da África meridional ao isolamento geográfico que a população negra encontrou-se através dos séculos. Afastada do Mediterrâneo - grande centro cultural da Antigüidade - pelo deserto do Saara, e longe dos demais continentes pela dimensão colossal dos dois oceanos, o Atlântico e o Índico. Apartados do resto do mundo, os africanos se viram vítimas de expedições forâneas que lhes devoravam os filhos ao longo da história.

Mesmo antes da chegada dos traficantes de escravos europeus, os árabes já praticavam o comércio negreiro, transportando escravos para a Arábia e para os mercados do Mediterrâneo oriental, para satisfazer as exigências dos sultões e dos xeques. As guerras tribais africanas, por sua vez, favoreciam esse tipo de comércio, visto que a tribo derrotada era vendida aos mercadores.
 
Durante os primeiros quatro séculos - do século 15 a metade do 19 - de contato dos navegantes europeus com o Continente Negro, a África foi vista apenas como uma grande reserva de mão-de-obra escrava, a “madeira de ébano” a ser extraída e exportada pelos comerciantes. Traficantes de quase todas as nacionalidades montaram feitorias nas costas da África. As simples incursões piratas que visavam inicialmente atacar de surpresa do litoral e apresar o maior número possível de gente, foi dando lugar a um processo mais elaborado.

Os mercadores europeus, com o crescer da procura por mão-de-obra escrava, motivada pela instalação de colônias agrícolas na América, associaram-se militarmente e financeiramente com sobas e régulos africanos, que viviam nas costas marítimas, dando-lhes armas, pólvora e cavalos para que afirmassem sua autoridade numa extensão a maior possível. Os prisioneiros das guerras tribais eram encarcerados em “barracões”, em armazéns costeiros, onde ficavam a espera da chegada dos navios tumbeiros ou negreiros que os levariam como carga humana pelas rotas transatlânticas.

Os principais pontos de abastecimento de escravos, pelos menos entre os séculos 17 e 18 eram o Senegal, Gâmbia a Costa do Ouro e a Costa dos Escravos. O delta do Níger, o Congo e Angola serão grandes exportadores nos séculos 18 e 19. Quantos escravos foram afinal transportados pelo Atlântico? Há muita divergência entre os historiadores, alguns chegaram a projetar 50 milhões, mas R. Curtin (in The Atlantic slave trade: A census, 1969) estima entre 9 a 10 milhões, a metade deles da África Ocidental, sendo que o apogeu do tráfico ocorreu entre 1750 a 1820, quando os traficantes carregaram em média uns 60 mil por ano. O tráfico foi o principal responsável pelo vazio demográfico que acometeu a África no século 19.
 
Fonte:  http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/africa2.htm
Site da Biblioteca Mundial Digital, pra vocês se divertirem, está disponível em diversas línguas, inclusiveportugues, importantes fontes provenientes de países e culturas de todo o mundo.


http://www.wdl.org/pt/

domingo, 3 de abril de 2011

O que foi o Apartheid na África do Sul?

 O termo, em africâner, língua dos descendentes de europeus, significa "separação", e foi atribuído ao regime político de segregação dos negros na África do Sul, que durou, oficialmente, 42 anos

Nelson Mandela deixou a prisão há 20 anos, no dia 11 de fevereiro de 1990. A liberdade do líder foi o mais forte sinal do fim do regime de segregação racial na África do Sul, o apartheid.
Colonizada a partir de 1652 por holandeses e tendo recebido imigrantes de outras partes da Europa e da Ásia, a África do Sul tornou-se, em 1910, uma possessão britânica. Desde a chegada dos primeiros europeus, há mais de três séculos, a história do país africano, que será a sede da Copa do Mundo em 2010, foi marcada pela discriminação racial, imposta pela minoria branca.
Como protesto a essa situação, representantes da maioria negra fundaram, em 1912, a organização Congresso Nacional Africano (CNA) à qual Nelson Mandela, nascido em 1918, se uniu décadas depois. No CNA, Mandela se destacou como líder da luta de resistência ao apartheid.
O pai de Mandela era um dos chefes da tribo Thembu, da etnia Xhosa e, por isso, desde cedo, o garoto foi educado e preparado para assumir a liderança de seu povo. "Ele recebeu o melhor da Educação de sua tribo e foi iniciado em todos os rituais. Mas também teve o melhor da Educação europeia, estudando em bons colégios”, explica Carlos Evangelista Veriano, professor de História da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
O apartheid oficializou-se em 1948 com a posse do primeiro-ministro Daniel François Malan, descendente dos colonizadores europeus - também chamados de africâners. “Embora a história oficial omita, sabemos que os ingleses foram os financiadores do apartheid, já que o Banco da Inglaterra custeava todos os atos do governo sul-africano”, afirma Veriano.
Com o novo governo, o apartheid foi colocado em prática, instituindo uma série de políticas de segregação. Os negros eram impedidos de participar da vida política do país, não tinham acesso à propriedade da terra, eram obrigados a viver em zonas residenciais determinadas. O casamento inter-racial era proibido e uma espécie de passaporte controlava a circulação dos negros pelo país. “É importante lembrar que essa política teve clara inspiração nazista”, diz o professor.
Embora tenha sido preso diversas vezes antes, Mandela já cumpria pena desde 1963 quando recebeu a sentença de prisão perpétua. Porém, com o passar dos anos, o mundo passou a se importar mais com a inadmissível situação da África do Sul, que começou a receber sanções econômicas como forma de pressão para acabar com o apartheid. Em 1990, com o regime já enfraquecido, Mandela foi solto, depois de 27 anos no cárcere. O governo, liderado por Frederik De Klerk, revogou as leis do apartheid. Três anos depois, Mandela e Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz.
Em 1994, nas primeiras eleições em que os negros puderam votar, Mandela foi eleito presidente do país. O filme Invictus, dirigido por Clint Eastwood, em cartaz atualmente nos cinemas, tem como foco a história de Mandela (interpretado por Morgan Freeman) logo que ele assume a presidência. A obra mostra como o líder governou não com a intenção de se vingar dos brancos, mas sim de realmente transformar o país em uma democracia para todos.

Fonte: http://bit.ly/aPM8Il