domingo, 12 de junho de 2011

O Renascimento do Século XII


Introdução
O  Renascimento do século XII consistiu num conjunto de transformações  culturais, políticas, sociais, e económicas ocorridas nos povos da Europa ocidental. Nessa época ocorreram eventos de grande repercussão: a renovação da vida  urbana, após um longo período de vida rural, girando em torno dos castelos e mosteiros; o movimento das Cruzadas, a restauração do comércio, a emergência de  um novo grupo social (os burgueses) e, sobretudo, o renascimento cultural com um  forte matiz científico-filosófico, que preparou o caminho para o renascimento italiano,  eminentemente literário e artístico.

Século  XI e XII

Nos séculos XI e XII começaram a ocorrer várias mudanças sociais, políticas  e econômicas. Evoluções técnicas possibilitaram o cultivo de novas terras e  aumentaram a diversidade dos produtos agrícolas, que sustentaram uma população  que cresceu rapidamente. O crescimento populacional e o aumento da produtividade  agrícola permitiram um fortalecimento da vida urbana. As cidades cresceram e  tornaram-se centros de comércio e artesanato, abandonando a sua dependência  agrária, em torno dos castelos e dos mosteiros. Muitas cidades européias,  chamadas de burgos, acabaram por tornar-se livres das relações servis e do  domínio dos nobres (senhores feudais) se transformando em ilhas de capitalismo em  um continente feudal. O comércio estava em franca expansão e se impôs como uma  das atividades econômicas mais determinantes da sociedade. Surgiu um novo grupo  social: os burgueses (habitantes dos burgos), dedicados essencialmente ao  comércio
O renascimento comercial
O renascimento comercial na Idade Média beneficiou  principalmente as  cidades italianas, alguns dos motivos foram:
• Localização geográfica favorável (Mar Mediterrâneo); 
• Fortalecimento das ligações comerciais com o Oriente, durante a Quarta  Cruzada, onde se obteve o direito à distribuição de mercadorias orientais pelo continente europeu. 
• As regiões norte e sul da Europa foram interligadas por rotas terrestres e  fluviais criadas pelas atividades comerciais. As feiras eram os locais de compra e venda de produtos dos negociantes. Até o século XIV, as feiras  mais importantes eram na região de Champanhe, França. 
• Esse comércio possibilitou o retorno das transações financeiras, o  reaparecimento da moeda, ou seja, deu vida às atividades bancárias. Com  isso a terra deixava de ser a única fonte de riqueza e um novo grupo social  surgiu, os mercadores ou comerciantes.

Renascimento urbano
As cidades assumiam papéis diversificados durante o passar dos tempos. Na  época do feudalismo, as cidades serviam apenas como centros religiosos e militares  além de serem ligadas ao feudo. O crescimento delas só começou a surgir quando o  comércio se expandiu.
Na época do feudalismo, o Senhor feudal tinha controle tanto no campo como  na cidade. Não havia distinção de cidade e campo. No começo a maioria das  cidades eram cercadas por altas muralhas, fazendo assim um núcleo urbano,  chamado burgo. Mas com o aumento da população os burgos ultrapassaram os  limites das muralhas. Então os habitantes dos burgos passaram a ser os  comerciantes e artesãos, também chamados de burgueses. Com o progresso do comércio e do artesanato, o crescimento social da burguesia também foi notado.
O desenvolvimento de rotas entre os diversos povos reduziram as distâncias,  facilitando não só o comércio de bens físicos, como também a troca de idéias entre  os países. Nesse ambiente receptivo, começam a ser  abertas novas escolas ao  longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas menores.
 No campo intelectual, as mudanças são também fruto  do contacto com o mundo oriental e árabe através das Cruzadas e do movimento de Reconquista da  Península Ibérica. Na altura, o mundo islâmico encontrava-se bastante avançado em  termos intelectuais e científicos. Os autores árabes tinham mantido durante muito  tempo um contacto regular com as obras clássicas gregas (Aristóteles, por exemplo),  tendo feito um trabalho de tradução que se tornaria valioso para os povos ocidentais,  já que por este meio voltaram a entrar em contacto  com as suas raízes eruditas  entretanto "esquecidas".

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